14 de setembro de 2017

Como criar e gerenciar uma carteira de investimentos

Nas últimas duas postagens detalhei minha relação com finanças dos tempos da minha adolescência até os dias de hoje. Para mim, foi uma jornada de longos anos, repletos de muita leitura, erros, acertos e aprendizado. Para você, foi apenas a breve leitura de duas postagens.

Este é um dos grandes diferenciais dos humanos em relação aos demais seres que habitam nosso planeta. O desenvolvimento da escrita é o que permitiu um indivíduo transferir seu conhecimento para os demais e também para as gerações futuras sem que fosse necessário cada um aprender através da experiência própria. Além da escrita possibilitar economizar o tempo do indivíduo, sob o aspecto de evolução da humanidade, também se tornou viável realizar planejamento como uma espécie. O indivíduo não mais vivia apenas por ele. Ele começou a viver com a possibilidade de deixar registros para outros indivíduos, inclusive aqueles que viriam a nascer no futuro.

A escrita mudou o rumo da humanidade. Por este motivo, acredito que todos devemos trata-la com o máximo de respeito e atenção. Ao escrever algo, sinto a necessidade de cada palavra estar no lugar certo, contribuindo para o conjunto do texto da melhor maneira possível. Reviso meus textos até estar confortável com a mensagem e gramática, mas sou humano e as vezes erros passam despercebidos. Não tenho uma formação em Letras e também nunca fiz cursos relacionados, mas leio bastante desde criança. Sempre pude e continuo podendo aprender com os melhores - aqueles desbravadores que vieram antes de mim e tiveram a coragem de colocar suas ideias no papel.

Me sinto extremamente privilegiado de viver na Era em que estamos. Nunca antes foi possível um indivíduo possuir tanta informação a sua disposição, nem mesmo reis ou grandes pesadores e pesquisadores de poucos anos atras. A revolução da informação começou com o computador, evoluiu com a internet, e se tornou um monstro com o smartphone. Hoje, qualquer pessoa consegue ter acesso ao vasto conhecimento humano com poucos Reais através de um smartphone e acesso a WiFi. Nunca antes houve tanta possibilidade de um indivíduo quebrar suas barreiras e correntes, através do conhecimento. Esta Era que estamos vivendo é incrível e devemos agradecer todos os dias por fazer parte dela.

Liberdade através do conhecimento

No futuro, vejo imensa possibilidade da troca de informação se tornar instantânea, através da integração neural de indivíduos. Seria como uma internet dos cérebros. Ao invés de você pesquisar na internet sobre o que alguém escreveu, você poderá consultar direto a mente da pessoa (ou uma cópia dela) e absorver toda a informação que precisa em poucos segundos. Isto seria um novo passo na evolução da humanidade, mais significante até mesmo que a escrita, pois não precisaríamos mais dela para trocar informações. Seria, na minha opinião, a maior evolução de todas, nos permitindo atingir patamares inimagináveis como uma espécie.

Enquanto esta tecnologia permanecer inviável, porém, devemos continuar usufruindo da escrita e tudo que ela pode nos oferecer. Portanto, nesta postagem irei detalhar como gerencio minha carteira, para que os demais indivíduos, como você, possam absorver toda a minha experiência em poucas palavras, ao invés de ter que passar por tudo que passei ao longo de alguns anos. Incrível isso, concorda? A escrita é certamente um dos Most Valuable Players (MVP) do jogo da humanidade.

Diversificação da carteira de investimentos

A diversificação de uma carteira de investimentos é um dos aspectos mais importantes de uma estratégia sólida no mundo financeiro, e é com base neste conceito que devemos montar uma carteira de investimentos. O velho ditado de não colocar todos os ovos na mesma cesta se aplica perfeitamente aqui. Apesar de dar mais trabalho carregar mais de uma cesta, caso uma esteja furada ou venha a quebrar, você não perderá todos os seus ovos. Porém, o aspecto mais importante da diversificação de uma carteira, na minha opinião, é não usar mais cestas do que você pode carregar. Isso quer dizer que você deve apenas expandir sua carteira para uma nova categoria de investimento se você entender bem a categoria e estiver confortável com seu entendimento sobre o assunto. Não é prudente diversificar apenas por diversificar, sem entender onde o dinheiro está sendo investido e como ele te trará retorno. 

As vantagens da diversificação de uma carteira de investimentos é algo que já foi extensivamente detalhado por mentes mais aptas que a minha, portanto não vou perder nosso tempo para apresentar uma versão mais simplificada de um assunto que está amplamente disponível em simples buscas no Google. Sobre a importância da diversificação da carteira, a última coisa que vou dizer é que exceto se você possuir poderes de adivinhação ou então conseguir viajar no tempo, a diversificação é essencial. Ela não é algo legal de ter, ela é crítica e deve fazer parte da sua estratégia de investimentos. Caso você não esteja convencido, pesquise o conceito no Google. Se mesmo assim não estiver convencido, deixe um comentário nesta postagem explicando sua visão. Não vejo nenhum cenário onde seja aconselhável não diversificar a carteira. Se você conseguir pensar em algum, por favor, divida seu cenário comigo. 

Alocação de ativos

Partindo do princípio que a carteira deve ser diversificada, o próximo passo é determinar qual o percentual do dinheiro que deve ser alocado em cada categoria. É neste ponto que entra o termo comumente usado "perfil do investidor" ou "perfil de investimento". Os perfis geralmente são distribuídos em Conservador, Moderado e Agressivo. O seu perfil depende basicamente de quanto risco você está disposto a ter em relação ao retorno que você espera ter. Risco e retorno costumam ser diretamente proporcionais. Isso quer dizer que quão maior for o risco, maior também será o retorno. Um perfil Conservador significa que você não está disposto a correr muitos riscos e, portanto, concorda também em receber retornos menores. O perfil Agressivo significa que você está disposto a correr grandes riscos para obter grandes retornos. O perfil Moderado, como você pode imaginar, significa aceitar alguns riscos, para ter retornos um pouco maiores.

O tipo de investimento mais conservador é o da Renda Fixa. Renda Fixa significa que você sabe exatamente qual será o retorno do seu investimento após um período de tempo acordado no momento da efetivação do investimento. Exemplos de RF são: CDB, RDB, LC, LCI, LCA, CRA, CRI, Debêntures, Tesouro Direto e poupança. A rentabilidade da RF pode ser pré-fixada ou pós-fixada. Rentabilidade pré-fixada significa que a taxa de retorno é definida no momento da efetivação do investimento. Rentabilidade pós-fixada significa que o retorno do investimento será atrelado a algum indicador econômico, como a Selic ou IPCA, no momento da efetivação do investimento (porém, como o indicador econômico pode variar, a rentabilidade também irá variar).

No outro lado do espectro temos investimento em Renda Variável, que são considerados agressivos. Ao contrário da Renda Fixa, na Renda Variável não é possível saber qual será o retorno do investimento ao longo do tempo, podendo ser positivo ou negativo. De uma maneira extremamente simplificada, na RF você sempre irá ganhar um pouco de dinheiro; na RV você poderá ganhar ou perder dinheiro, geralmente em proporções maiores do que é visto na modalidade de RF. Exemplos de RV são: ações, fundos de renda variável, commodities (ouro e moedas), derivativos, e imóveis.

Ao montar uma carteira de investimentos, é aconselhável utilizar investimentos de Renda Fixa e Variável, ao invés de optar somente por um deles. O que deve ser considerado, no caso, é o percentual de cada tipo que será alocado na carteira. Investidores conservadores costumam alocar 10-20% em Renda Variável e o restante em Renda Fixa. Investidores agressivos costumam alocar 50-90% em Renda Variável. Um perfil moderado pode alocar 20-50% em Renda Variável e os demais em Renda Fixa. Não existe uma regra sobre estes porcentuais, mas esta explicação pode ser usada como um guia.

Perfis do investidor

A diversificação de uma carteira e alocação de ativos estruturada garante o sucesso dos investimentos no longo prazo, ao reduzir o risco da carteira. A queda de 10% da Bolsa de Valores em um dia não será algo preocupante, pois essa será apenas uma parte do seu patrimônio. Enquanto a Bolsa caiu 10%, seus investimentos estrangeiros, como o Dólar, provavelmente subiram, fazendo com que sua carteira como um todo não sentisse a queda da Bolsa. Porém, existe um limite para a alocação de ativos, por dois motivos: 

  1. Mentes brilhantes fizeram pesquisas e estudos e determinaram que a partir de uma certa quantidade de ativos, o risco deixa de diminuir e começa a estagnar, mesmo aumentando a quantidade de ativos. As pesquisas indicam que acima de 20 ativos em qualquer categoria de investimento da carteira se torna irrelevante para a redução do risco da carteira como um todo. Portanto, não diversifique em mais de 20 ativos, por cada categoria;
  2. Lembra que falei sobre não tentar carregar mais cestas que você consegue, quando falamos sobre quantas categorias de investimento utilizar em sua carteira? Isso se aplica também a quantos ovos devem ser colocados em cada cesta. Não faz sentido empilhar os ovos nas cestas, pois a primeira tremida fará tudo desabar. Na prática, isso quer dizer que novos ativos devem somente ser adquiridos se for possível analisar e acompanhar periodicamente cada um deles. Não adianta comprar 17 ações diferentes sendo que você tem tempo para acompanhar de perto somente 5-10. Neste caso, é melhor manter somente 5-10 boas ações na carteira ao invés de possuir 17 ações sem acompanhamento.
Resumo: carregue o máximo de cestas possíveis, porém nunca ultrapasse seu limite ou sua habilidade de carrega-las. Coloque o máximo de ovos dentro de cada cesta, porém nunca ultrapassando 20 ovos ou a capacidade máxima de sua cesta para que os ovos não quebrem ou desabem na primeira tremida. Se você só tem tempo para acompanhar 3 categorias de investimentos e 5 ativos em cada categoria, entenda que este é seu limite e não ultrapasse. Lembrando, claro, que a diversificação é chave para a redução do risco dos seus investimentos e você deve sempre buscar uma diversificação saudável.

Carteira para acúmulo de patrimônio x Carteira para geração de renda

Para pequenos investidores como nós, costuma existir também uma distinção entre uma carteira de investimentos para acúmulo de patrimônio e outra para geração de renda. A carteira para acúmulo de patrimônio deve ser montada por pessoas que desejam aumentar seu patrimônio, sem foco na habilidade da carteira de gerar renda. Já uma carteira montada com foco em geração de renda não se preocupa muito em aumentar o patrimônio, e sim em gerar dinheiro todo mês para o investidor. Normalmente, os pequenos investidores iniciam com uma carteira de acúmulo de patrimônio, pois começam com pouco dinheiro. Ao acumular um patrimônio significante, a carteira pode/deve mudar o foco para a geração de renda. Na prática, seria como um jovem gafanhoto começar a montar uma carteira para aumentar seu patrimônio com apenas R$1.000. Após 20 anos, o gafanhoto terá um patrimônio de R$2.000.000 e poderá começar a considerar parar de trabalhar. O foco de sua carteira de investimentos deve então mudar para a geração de renda, pois ele já acumulou o suficiente de dinheiro. Sua nova carteira agora deve gerar o suficiente de dinheiro todo mês (ou com uma frequência pré-estabelecida) para que ele possa viver e comprar tudo que desejar apenas com a renda gerada pela carteira.

A carteira de acúmulo de patrimônio irá focar em investimentos que reaplicam automaticamente qualquer juros/lucro que é gerado pelo investimento. No caso da Renda Fixa temos o Tesouro Direto, por exemplo, que possui diversos títulos que garantem um retorno apenas no vencimento. Na Renda Variável temos as ações que reinvestem o lucro do seu negócio na própria expansão da empresa, ao invés de distribuir os lucros (dividendos) aos acionistas.

A carteira de geração de renda deve focar em investimentos que periodicamente entregam dinheiro ao investidor, para que o mesmo possa utiliza-lo para pagar todas as despesas ou pelo menos uma parte delas. Essa é a carteira usada por quem tem dinheiro o suficiente para parar de trabalhar (independência financeira) ou então trabalhar menos, podendo reduzir a jornada de trabalho para meio período ou apenas alguns dias da semana. Na Renda Fixa temos títulos do governo e de instituições que pagam juros periódicos (normalmente semestrais). Na Renda Variável temos ações que distribuem dividendos periodicamente (distribuição do lucro aos acionistas) e imóveis, tanto um imóvel próprio, quanto Fundos Imobiliários (operados pela Bolsa de Valores) que pagam aluguéis mensais aos proprietários.

Exemplo real: como o Finanças Cotidianas gerencia sua carteira 
Obs: peço encarecidamente que você, gafanhoto leitor, entenda que o que segue abaixo é apenas um exemplo de uma carteira de investimentos, entre infinitos outros. Coincidentemente (rs), este exemplo reflete 100% a maneira que gerencio minha carteira. Porém, você deve analisar individualmente suas necessidades e habilidades (que são diferentes das minhas) e montar sua própria carteira, com suas próprias categorias e ativos mais adequados ao seu perfil. Caso você queira ajuda no processo ou tenha dúvidas, deixe um comentário nesta postagem. Irei responder todos os comentários.

Como detalhei na postagem anterior, divido minha carteira em cinco categorias de investimento: ativos estrangeiros, renda fixa, fundos imobiliários, ações e inovação. 
Na lista abaixo irei detalhar cada categoria e explicar sua importância para a carteira como um todo.
  1. Ativos estrangeiros Tenho como meta manter 5% dos meus investimentos em ativos não atrelados ao Real. É importante possuir investimento fora da economia brasileira, para reduzir o risco em caso de uma catástrofe local. Esta categoria serve basicamente como um seguro para a sua carteira, além de contar com a liquidez de moedas estrangerias e da estrutura de países mais fortes, economicamente falando.
    Dentro desta categoria, tenho os seguintes ativos:
    1. Dólar em espécie: mantenho um pouco de dólar em espécie na minha casa, como uma última barreira de proteção. Se tudo der errado, terei o suficiente para prover para a minha família por um tempo. O grande problema aqui é que esta quantia não apresenta rendimento e é comida pela inflação americana. Mas o objetivo de manter Dólar em espécie é ter um seguro absoluto em caso de uma catástrofe, então a perda de rentabilidade não me preocupa;
    2. Ações americanas: atualmente tenho ações de uma empresa apenas, que está atrelada a bonificações que recebo da empresa em que trabalho (empresa multinacional, negociada na NYSE). Pretendo adquirir novas empresas no futuro, porém para isto será necessário abrir uma conta em um banco americano e me cadastrar em uma corretora. Alguns colegas da finansfera abriram conta no BB Americas recentemente, porém não quero que a conta ou instituição tenha vínculos com instituições brasileiras. O BB Americas é sim intrinsecamente ligada ao Banco do Brasil, apesar de serem instituições diferentes. Pretendo abrir uma conta em um Bank of America ou Wells Fargo na próxima vez que for aos EUA, e na sequencia abrir uma conta em uma corretora americana.
  2. Renda Fixa
    A Renda Fixa é a coluna vertebral da minha carteira, sendo a principal categoria e possuindo o maior porcentual de alocação, com meta de 70% dos meus investimentos. Como mantenho 70% do meu dinheiro em Renda Fixa, vejo meu perfil como sendo moderado. Pra mim faz sentido investir desta forma, pois estou buscando acumular patrimônio. Quando já tiver atingido a Independência Financeira, provavelmente mudarei para uma estratégia mais conservadora, através de uma carteira de geração de renda.
    Dentro da RF, tenho os seguintes ativos:
    1. Tesouro Direto
      Ao operar no Tesouro Direto, existem duas grandes estratégias. A primeira envolve comprar títulos e mante-los até o seu vencimento, garantindo assim o rendimento estabelecido no momento da compra dos títulos. Esta estratégia é 99,9% segura e previsível, além de exigir pouco esforço do investidor. A segunda estratégia envolve comprar títulos de acordo com o cenário econômico atual e tendências de curto/médio prazo, para que seja possível vender os títulos antes do vencimento. Nesta segunda estratégia, a Renda Fixa se torna Renda Variável, permitindo ganhos maiores do que acordado na compra dos títulos (o certo seria dizer que permite ganhos mais rápidos, e não maiores). Caso queira aprofundar o tema sobre a segunda estratégia, sugiro ler o conteúdo do blog do Investidor de Risco, pois entre as postagens e o fórum dele, você encontrará tudo que precisa saber sobre como tirar leite de pedra do Tesouro Direto.
      Atualmente, possuo os seguintes títulos em minha carteira, que mantenho seguindo a segunda estratégia que detalhei acima. Não pretendo mante-los até o vencimento. Eles serão gradualmente vendidos quando tiver uma visão clara do fundo do poço da tendência de queda da Selic (e certamente antes das eleições de 2018):
      • Tesouro Selic: títulos atrelados a Selic
      • Tesouro IPCA: títulos atrelados a inflação
      • Tesouro Prefixado: títulos com taxa de rendimento definida no momento da compra
    2. Poupança
      Sim, eu uso a poupança. Menos como um investimento e mais como um fundo de super emergência. Quero poder ter acesso instantâneo a um quantidade de dinheiro que cubra qualquer emergência que possa enfrentar. Até hoje nunca precisei usar, mas me sinto confortável tendo este dinheiro disponível imediatamente. A cada 30 dias ela rende um trocado e todo mundo fica feliz.
  3. Fundos Imobiliários
    Eu adoro o conceito de Fundos Imobiliários. Acho uma ideia e categoria de investimento genial, com excelentes retornos, portanto aloco 10% dos meus investimentos nesta categoria de Renda Variável. Entendo bem como funciona e faço questão de fazer parte deste tipo de investimento. O problema é que não tenho o conhecimento ou tempo necessário para analisar detalhadamente cada FII e escolher os melhores. Portanto, esta é a única categoria de investimento da minha carteira que terceirizo. Tenho uma assinatura de Fundos Imobiliários com a Empiricus e vejo mensalmente as recomendações. As vezes desvio das recomendações deles, pois apesar de me render a minha ignorância e pedir ajuda para um terceiro, sou um ser pensante e consigo analisar se uma recomendação é boa ou não. Mas no geral, tento não fugir do que eles recomendam e sempre faço um double-check para entender se superficialmente faz sentido o que está sendo recomendado. Tive bons retornos seguindo esta estratégia até o momento. E não, a Empiricus não é tão ruim quanto algumas pessoas gostam de proclamar. Se você souber filtrar o marketing exagerado e as informações úteis das inúteis, ela se torna uma excelente consultoria de investimentos, especialmente por ser mais independente que as demais (nenhuma instituição, especialmente as que molham o bico no mundo de finanças, é 100% independente).
    Ativos que possuo atualmente em minha categoria de FII:
    • BRCR11
    • KNCR11
    • HTMX11B
    • BBRC11
  4. Ações
    A Bolsa de Valores é onde está toda ação (entendeu o trocadilho? Rs). Nunca foi feito um filme sobre um gafanhoto super calmo que investiu na Renda Fixa ao longo de longos anos até obter uma quantidade razoável de dinheiro. Os filmes e livros são feitos sobre o louco de Wall Street que multiplicou seu patrimônio de maneira mágica com estratégias inovadoras. Como ficar fora da Bolsa? Não tem como. Então, mantenho 15% dos meus investimentos nela. Apesar de apresentar maior possibilidade de retorno, a Bolsa de Valores apresenta também maior risco. As estratégias específicas de investimento em ações são vastas e este tópico merece ser discutido em uma postag
    em específica. Pretendo diversificar mais esta categoria e, no processo, vender as minhas ações de BOVA11.
    Ativos que possuo atualmente em minha categoria de ações:
    • BOVA11: fundo de índice que espelha o Ibovespa. Seria como se você comprasse um pouco de todas as ações que compõe o índice da Bovespa. Recomendo para quem tem pouco dinheiro para investir em ações, pois serve como uma diversificação desta categoria, sem diluir os possíveis lucros com os custos operacionais de compra e venda com a sua corretora;
    • OGXP3: uma aposta, nada mais, nada menos. Comprei por centavos mas mesmo assim perdi metade do dinheiro. Continuo com esta ação, pois acho que a OGX pode ressurgir das trevas em algum momento. Se estiver errado, a quantidade de dinheiro investida é baixa, então não sentirei tanto;
    • SAPR4: empresa de saneamento básico do Parana. Pesquisei e me parece uma boa empresa. Tive bons resultados desde a aquisição uns 3 meses atrás.
  5. Inovação
    Esta é uma categoria que acho fundamental. Acredito que uma pequena parcela do seu dinheiro deve sempre ser utilizada em negócios inovadores. O arroz com feijão te mantem de barriga cheia, porém apenas isto. É necessário fugir do básico para eventualmente experimentar coisas incríveis. Porém, isto deve ser feito com cautela, e com uma quantidade de dinheiro minúscula. De preferência, deve envolver mais outros tipos de esforços do que dinheiro em si. Abrir um novo negócio, desenvolver um novo produto, investir em uma nova tecnologia, etc são exemplos de como investir em inovação. No momento, minha categoria de inovação possui somente Bitcoins que comprei em 2013, por R$800. Após 4 anos esses R$800 viraram mais de R$10.000. Foi um investimento em uma nova tecnologia e envolveu muita pesquisa solitária da minha parte. Hoje todos falam em Bitcoin. Em 2013 não era tão popular assim. Investi pouco nessa inovação, pois ela tinha o potencial de multiplicar algumas vezes em valor ou então virar pó. Ao longo dos últimos anos, fiz pequenos investimentos em outras inovações, mas nenhuma deu significativamente certo (ainda). Não faço o acompanhamento financeiro dessas outras, pois o investimento foi mínimo (abaixo de R$500) e envolvem ideias que tem o potencial de serem patenteadas. Sugiro que todos pensem em maneiras de investir em inovação, porém alocando pouco dinheiro. Eventualmente você terá investido em uma mina de ouro, como muitos fizeram com Bitcoins, entre infinitos outros exemplos. Você irá errar 100 vezes, mas na 101° irá acertar em cheio, compensando as 100 anteriores e ainda gerando imenso lucro.

Composição da carteira de investimentos do Finanças Cotidianas
Rebalanceamento da carteira

O último tópico que preciso abordar nesta postagem sobre como criar e gerenciar uma carteira de investimentos tem relação com como mantê-la balanceada. Lembra que expliquei que o ideal é definir o percentual do dinheiro que será investido em cada categoria? Ao longo do tempo, alguma categorias irão render mais, e outras menos. Por exemplo, se for alocado 80% em Renda Fixa e 20% em Renda Variável, após dois anos, pode ser que sua carteira esteja com 70% em RF e 30% em RV, devido a uma maior rentabilidade da RV do que a RF. Portanto, é aconselhável que a carteira seja constantemente rebalanceada para que seja mantida dentro dos porcentuais pré-definidos. O rebalanceamento da carteira garante que não seja perdido o foco da estratégia de longo prazo, e também evita que você se empolgue com alguma categoria específica e faça investimentos emocionais. 

Ao invés de vender ativos das categorias que ultrapassaram o porcentual pré-definido, é melhor fazer novos aportes (novos depósitos periódicos) nas categorias que ficaram com um porcentual abaixo do pré-definido. Isso ajuda a evitar custos operacionais. Caso não esteja fazendo aportes, ai sim compensa vender um ativo da categoria que valorizou muito e comprar um novo ativo da categoria que está abaixo do porcentual estipulado.

Conclusão

Tendo detalhado o histórico das minhas finanças pessoais e minha atual gestão da carteira, estou livre agora para debater assuntos mais importantes e interessantes. Vocês possuem toda a informação necessária para saber quem sou e como vejo os aspectos mais básicos do mundo financeiro. 

Desta forma, consigo agora discorrer sobre pensamentos, previsões, sonhos e tudo mais que nos aguarda no futuro ou então no mundo da incerteza. O passado é muito tedioso, na minha opinião, pois não existem incertezas. A história registra o que aconteceu, e não o que poderia ter acontecido. Quando falamos do presente e do futuro, temos amplo espaço para especulação e exercícios mentais. Estes são os pontos mais interessantes para discutir em um blog, pois eles permitem discussão. O passado bem documentado, como tende a ser em relação a finanças e economia, não costuma permitir discussão.

Uma infinidade de tópicos divertidos nos aguarda no futuro. Conto com você para participar das discussões e dividir sua opinião!

9 comentários:

  1. Você escreve de uma forma agradável. Acompanhando!

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    1. Obrigado! Fique a vontade sempre para dar sua opinião e deixar um comentário.

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  2. Muito bom seu post!
    As estratégias de alocação dos colegas aqui da blogosfera nos ajuda a repensar a nossa!

    Grande Abraço!

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    1. Obrigado, Janota! É isso aí, cada vez que vemos algo novo, temos a oportunidade de aprender. A biosfera é ótima, neste sentido.

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  3. Muito bom. Gostei da sua ideia de categorizar "inovação". Estou precisando dar esse passo na minha carteira. Pensei em destinar 5% dela. Destes, um pedaço em bitcoin - apesar do meu ceticismo - e o outro pedaço em ETFs que investem em small caps americanas e chinesas. Sempre que leio o blog do investidor internacional fico inspirado para isso. Abraço!

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    1. Teria um pouco de receio em investir nas small caps chinesas. O cenário chines não me agrada muito. O americano já é melhor, mas mesmo assim as coisas estão bem caras por lá.
      Mas sim, é muito importante investir em novas ideias, antes delas se tornarem mainstream e começarem a aparecer no Jornal Nacional. O potencial de retorno é altíssimo, sem contar também o constante aprendizado de coisas novas.
      E você, quando vai soltar um post bacana lá no seu blog? Estou aguardando! Rs.

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  4. Doutor já ouviu falar de "efficient frontier"?

    Abraço
    Parabéns pelo blog
    Marcola

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    1. Olá. Nunca tinha ouvido o termo, mas agora conheço, após uma breve pesquisa.
      O conceito foi inovador na década de 1950, quando foi proposto, mas hoje em dia esse é o padrão de qualquer investidor sensato. Sempre devemos otimizar a relacao retorno x risco. O mais difícil é definir onde se encontra o equilíbrio adequado ao seu perfil, eu diria.

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  5. Conheça a Riviera de São Lourenço localizada no Litoral Norte de SP. Invista em Imóveis de Alto Padrão.

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